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A prática de asanas e a não-comparação

  • Foto do escritor: Tathiana Spacek
    Tathiana Spacek
  • 17 de jul. de 2023
  • 2 min de leitura


Eu não sei se essa é uma discussão recente ou não, mas faz um par de meses que postagens falando sobre a prática de asanas vem pipocando por aqui. Tem quem diga que yoga não é só isso (e não é, quem pratica sabe). Tem quem diga que mostrar asana x, y ou z é um absurdo. Tem quem diga que é preciso aprender pela dor (aqui eu discordo).


A prática de asana, não só faz parte da prática de hatha yoga, como é um dos oito passos propostos por Patanjali nos Yoga Sutras. Buscando alcançar camadas (no yoga chamamos essas camadas de koshas) mais sutis do nosso ser, somos convidados a perceber nosso estado emocional frente a cada postura. Perceber nossos movimentos e resistências mentais.


Uma postura que pra mim pode trazer questões relacionadas ao medo, para outra pessoa pode não trazer. Somos diferentes, nossas vivências, nossas limitações e nossas motivações também. Há corpos que precisam ser protegidos e cuidados com mais atenção, que tem lesões, condições. Há corpos que não. E aí é que tá: nenhum é melhor ou pior, apenas são diferentes. Não é necessário elevar ou rebaixar nenhum tipo de físico ou prática. Uma prática de posturas complexas não é melhor. Uma prática simples, ainda mais quando feita pra mostrar que se é "mais elevado/iluminado", não é melhor. O problema, então, não tá em mexer o corpo de jeito x ou y, em colocar os pés atrás da cabeça ou preferir relaxar em savasana. O problema tá na comparação com o outro e no incentivo dela também.


O yoga, dentre muitas outras coisas, nos convida a entender e aceitar o caminho que estamos percorrendo, sem querer estar em caminho alheio. Ensina que não só é possível, como também necessário não nos violentarmos, não buscarmos fazer aquilo que vai além das nossas possibilidades. A olharmos pra nós mesmos com cuidado e, quando a comparação quiser gritar mais alto - seja por motivos externos ou internos - pegar nossa mente pela mão e voltar a atenção pra si, mais uma vez.


Mais do que falar o que corpos devem ou não fazer, quero deixar um lembrete de não utilizar a régua alheia pra se medir. De impor limites e não permitir que te meçam com uma régua que não seja tua própria.


 
 
 

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